segunda-feira, 6 de junho de 2011

Austrália Open =D

No dia da final do Roland Garros conto a minha experiência no Austrália Open.

Uma das primeiras coisas que fiz quando soube que vinha para a Austrália foi ver ia estar cá durante o Austália Open, quando percebi que sim, andei a checar a bilheteira on-line quase semanalmente e a fazer contas para que dia é que haveria mais probabilidade de ver Nadal ou Federer, e assim que estas abriram comprei o bilhete para os quartos de finais.

Chegado o fim-de-semana do grande evento a excitação não podia ser maior. Deixei Sydney quinta-feira às 21:15 depois das duas semanas mais longas que lá passei provavelmente, em que o dia em que sai mais cedo foi por volta das  23:30 e o dia em que entrei mais tarde foi por volta das 9:20. No meio tive o fim-de-semana da Gold Coast que como leram foi bastante calmo e eu para descansar bastante.

Depois de ter visto o jogo do nosso querido Gil em streaming no meio de algum trabalho estava mais do que entusiasmada para largar tudo e passar o dia inteiro a ver ténis, embora ele tenha perdido é sempre um orgulho ver um Lusitano num torneio destes. E quando na quinta de manhã vi no site que o Federer ia jogar nesse dia no court para o qual eu tinha comprado bilhete o entusiasmo triplicou. E foi nesse êxtase que me dirigi para Melbourne para encontrar a Joana e a Anocas que já lá andavam à um dia.

Fui com a Claire, que trabalhava comigo na Leo, outra Claire amiga dela e outra  amiga delas Canadiana.
Ficamos num hostel bem barato no centro de Melbourne e na sexta acordámos, pusemos as roupas mais frescas, que estavam á volta de 38º, e fomos passar o dia entre a Rod Laver Arena, Margaret Court e os ecrãs gigantes espalhados pelo local, a ver grandes jogadores.

O Federer jogou, brilhou e ganhou sem grandes dificuldades ao seu oponente, depois disso queria ter visto o Nadal contra a futura estrela Australiana, mas os preços não são convidativos e tive que me sustentar com o jogo na televisão, e o miúdo deu luta.

Primeira aparição =D



Depois do dia fantástico a ver ténis fomos comemorar, na noite de Melbourne. Jantamos numa rua com restaurantes Italianos, e quando nos sentámos conhecemos um dos Umpires (O Sr/a que está sentado na cadeira alta a arbitrar um jogo de ténis). Era de Perth e super simpático, estava só à espera de uma pizza para depois ir comer para casa e acabou por ficar à conversa connosco até nós acabarmos de comer e irmos sair, entretanto o empregado de mesa também muito amigável ofereceu-se para nos mostrar a noite de Melbourne. Fomos sair com ele e com uns amigos dele que se encontraram connosco mais tarde. 
Resultado, chegámos a casa por volta das 7 mas tivemos um dia e tanto. 

O Sábado foi reservado para o Turismo, e passámos o dia a passear por Melbourne. 

Domingo regressámos a Sydney para visitar as Blue Mountains festejar o Dia da Austrália e depois já sabem a história, foi a hora do adeus.
E aqui ficou o breve relato de mais um óptimo fim-de-semana passado aqui por baixo =)
Um amigo que elas fizeram nas Blue Mountains
Three Sisters

A vista

Isto resume bem a passagem delas por cá...
Eu a trabalhar quem nem escrava e elas assim relaxadas =P

O regresso a casa depois de um fim-de-semana preenchido
(Obrigada Anocas)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Visitas Lusitanas

No mes de Janeiro recebi umas visitas já há muito aguardadas. Joana Nelhas e Ana Rodrigues tal como prometido vieram conhecer o Hemisfério Sul.

Chegaram num domingo mesmo a tempo de irmos para a praia, não há melhor remédio para o Jet Lag que um bom mergulho em Bondi Beach e lavar a vista com o Lifeguards e os moços locais =D

Claro que como boa anfitriã ofereci-lhes o meu quarto para a semana em Sydney. E vocês viram a foto do meu quarto, mas tal como as fotos às vezes nos fazem parecer um bocadinho maior o mesmo acontece com fotos de lugares. E vocês agora devem estar a pensar ok o quarto dela é pequeno mas dá na boa para 3. Mas não, na realidade o meu quarto era minúsculo e deu muito à rasca para 3 e felizmente eu era uma das que tinha ar condicionado no quarto caso contrário nenhuma de nós voltaria a Lisboa viva =P Para terem uma pequena ideia aqui fica uma foto.

Eu e a Joana na cama e a Anoca nuns mini colchões que a minha tia me emprestou. Podemos dizer que foi interessante circular por lá, encontrar roupas e coisas então nem comento ahah
E foi assim que nos acomodámos na minha Penthouse durante a sua estadia por Sydney.
Durante as 3 semanas que elas cá estiveram eu ainda estava a trabalhar, e nessa altura a trabalhar das 9 da manha às 11 da noite mais ou menos portanto não pude despender todo o tempo que queria e mostrar-lhes as maravilhas da minha nova cidade, então indiquei uns nomes, elas fizeram-se a vida e depois foram passar uma semana com a Sr. Cláudia Santos AKA Kikas, uma emigrante lusitana a viver na Gold Coast, mais propriamente em Coolangatta.

Estando elas cá juntámos o útil ao agradável e eu fui passar um fim-de-semana com elas, coincidência ou não, a Catarina o Miguel e a prima do Miguel começaram a sua Road Trip nessa semana e nesse fim-de-semana iam estar em Coolangatta também. Passo agora a contar a aventura.

Como já tinha mencionado andava a acordar bastante cedo e a deitar-me tarde. Nessa Sexta-Feira (antes do voo para Gold Coast por volta das 7 da manhã de Sábado) tinha a festa de despedida de um rapaz da agencia. Pensei ok eu vou, mas não venho tarde para casa. Mas quem me conhece sabe que isso é difícil devido à dificuldade que tenho em deixar um meio social para ir dormir. Deixei então a festa por volta das 2, pensam vocês nem foi muito mau, a minha casa era a 5 minutos do local da festa e tudo. Mas, outra não novidade para quem me conhece, a minha mala ainda não estava feita, tudo bem era só um fim-de-semana mas as miúdas precisam sempre de ter hipóteses de escolha e opções ocupam espaço e tempo. Quando cheguei a casa encontrei a Nuria, e entre fazer as malas, por a conversa em dia eram já 4 e eu tinha de acordar as 5/6. Dormi muito então.

Boa noticia não perdi o avião, mas assim que me sentei adormeci. Voei na Jet Star, uma das cadeiras mais desconfortáveis de sempre, pareciam ter muito potencial, mas depois de 10 min percebesse que é só fachada, as cadeiras nem reclinavam...

Duas horas de sono/viagem, e cheguei ao paraíso, sim Coolangatta é um dos locais meninas. O Fim-de-semana passou-se então entre muitos portugueses, visto que nos encontramos todos lá, muita praia, uma visita ao parque natural, umas fotos com uns koalas e Cangurus todas queridas, um barbecue, uma saída e meia à noite, uma noite dormida na Van da Catarina, todos muito quentinhos, leia-se a derreter porque em Feveiro é pleno Verão por aqui.




                     
                        Vista ao pequeno almoço
Vista do resto do dia =P

Na segunda-feira, depois de termos saído no domingo, acordei por volta das 4.15 para apanhar o autocarro para apanhar o avião às 6 e estar em Sydney para trabalhar por volta das 9h.
Visto-me às escuras e com muito cuidado para não acordar as meninas que não tinham nada para fazer =P E fiz-me a estrada, apanhei o autocarro, um que passou mais cedo mas que o Sr. condutor garantiu que passava no aeroporto e que me avisava da paragem, claro que não avisou, e quando passámos a paragem é outra pessoa que está no autocarro que me diz, olhe era para sair ali... começou bem o dia portanto. O Sr. Motorista lá pediu desculpa comunicou com outro que vinha na direcção oposta e cheguei a tempo ao voo.
Neste voo tenho agora um lugar no meio, podia ser mais desconfortável que a ida? Agora não tenho lugar para encostar a cabeça, e acreditem que tentei tudo, desde pôr a mesinha para baixo e apoiar a cabeça com uma mão, depois com as duas, encostar a cabeça ao banco da frente...deve ter sido um espectáculo bonito para quem estivesse a admirar. Ainda assim antes de descolar já estava a dormir. Chego a Sydney apanho o comboio e penso, vou chegar cedo e tudo mesmo bom, mas não, adormeci no comboio e passei a minha paragem portanto em vez de chegar às 9h cheguei às 9e30. E acordei tão perdida que devo ter proporcionado mais umas boas gargalhadas.
Quando o longo dia estava a acabar, eu olho para os meus pés e reparo que um chinelo era castanho, e penso – “Não!! Catarina não é possível que andaste o dia todo com um chinelo de cada cor!!” - Olho melhor e afinal não é um, mas dois chinelos castanhos. Depois de ter estado pelo menos um minuto a ter a certeza que tinha os dois chinelos da mesmo cor e que eram os meus (cinzentos) trouxe os chinelos da Kikas, e levei mais de 12houras a reparar nisto.
E quando se tem um dia assim sabemos que tivemos um óptimo fim-de-semana, ou que temos de aumentar as horas de sono de alguma maneira =P

Enquanto eu lutava contra o sono as visitantes andavam a passear pelo paraíso até regressarem a Sydney. Entretanto ainda fomos a Melbourne, Austrália Open próximo Post, e quando regressámos Blue Mountains.
Passaram o Dia da Austrália comigo, que foi também um dos seus últimos dia na Austrália. Foi também um dia muito produtivo e engraçado.



Elas já prometeram poupar dinheiro para cá voltar, e eu ainda antes de elas irem já tinha saudades. Meninas adorei ter-vos por cá, e o meu quarto parecia grande demais depois da vossa partida. Fico a espera das próximas visitas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Silencio quebrado =)

Hello,

Depois de vários meses sem dizer nada e receber algumas mensagens a dizer – Já não devias estar aqui? (Em Lisboa). 
Hoje tenho finalmente um bocadinho de tempo para esclarecer o que se passa aqui em baixo.

Um cheirinho da aventura
Está tudo óptimo como devem imaginar. Continuo a adorar a Austrália, embora agora esteja um bocadinho fria, pelo menos em Sydney.
Tenho vários posts de viagens atrasados, que serão colocados nas próximas semanas. Não quero que percam pitada da aventura.

Resumidamente, acabei o estágio da Leo e fiz-me à estrada, estive a viajar durante 3 semanas.
Fui até à Tasmânia durante uma semana, numa van com a Catarina, o Miguel e a prima do Miguel. Foi a van portuguesa e arrasou claro, e apesar do frio aquilo é assim qualquer coisa de inexplicável. Adorei.

Depois fui até Melbourne (outra vez) alugámos outra van e fomos até Perth. Que é só na outra ponta da Austrália, 12 dias de carro =/ (agora só eu a Catarina e as francesas que viviam com ela)
Passámos pelo deserto, praias assim de outro mundo, vimos kangurus, koalas, pores-do-sol fantásticos. Inexplicável, estive em depressão quando tive que voltar para Sydney e decidir o que fazer a seguir, até porque Sydney depois daqueles sítios todos perde um bocado o encanto ahah mas foi bom voltar a (a casa) e ver as miúdas com quem vivia. 
Agora elas estão a ir embora também então ficou tudo um bocado deprimido outra vez, só cá estamos 4 da segunda leva já e vamos ficar reduzidas a 2 em pouco tempo.


Abaixo: Famoso sinal no inicio da estrada do deserto
              Tripulação da Van Portuguesa na Tasmania
Alguns dos km percorridos


Entretanto decidi que queria ficar mais uns tempos por aqui, ate porque Portugal não está tão famoso. E decidi tirar o mestrado aqui, o problema estava então o que fazer no entretanto porque as inscrições para começar em Março já tinham passado e só podia começar em Agosto. E antes tinha de enviar docs da fac anterior e cursos que tirei, portfolio, carta de motivação e fazer um exame de inglês (IELTS) e ter pelo menos 6.5. Não queria ir para Lisboa porque é mais fácil fazer exame de inglês se continuar a falar inglês todos os dias, e porque queria ir no Verão e não tenho dinheiro para fazer duas viagens.

Então estava a pensar mudar o meu visto para turista e estudar para o teste sozinha, mas depois não podia trabalhar, legalmente pelo menos, sim porque a bolsa parou de entrar na conta bancária e por estes lados nada é barato.

Se mudasse o meu visto para estudante podia trabalhar e ganhar uns trocos, mas tenho aulas logo não posso trabalhar a tempo inteiro, nem numa agencia de publicidade, um dos principais motivos para cá querer ficar. Decisões difíceis estas, sim eu queria ir para outra agencia já. 
Entre muitas conversas lá mudei para estudante. Estive numa escola, que pelo que percebi é uma daquelas escolas construídas à medida para o pessoal ter visto de estudante continuar por aqui legal e fazer o que quer =P. 
Inscrevi-me e lá fiz a "preparação para o exame", aulas de manha 2a a 5a. Arranjei um emprego a ganhar relativamente bem em relação ao trabalho que faço, e num mês consegui poupar mais do que em 3 em Lisboa. Juntando com o que já tinha poupado antes espero consegui sobreviver em Sydney a partir de Agosto, quando começam as minhas aulas.

Já fiz o exame, dia 28 de Maio, acho que foi mais ou menos logo se vê. Já me inscrevi na faculdade, agora tenho de esperar pelo resultado do IELTS para ficar finalizada a inscrição, que agora está dependente do resultado. Entretanto também me vão ligar para ter uma entrevista, que juntamente com o resto será decisivo para a palavra final da Universidade, sim queremos a Catarina a tirar um Mestrado em Design aqui na UTS ou não Catarina vai bater a outra porta.

E isto é o resumo dos últimos 4 meses em Sydney. O tempo já não é tão agradável, parece que os 6 meses de Verão acabaram, e as saudades de casa apertam. Portanto, visto que tinha uma viagem de regresso vou usa-la e em Julho estou aí =D

Agora aqueles que disseram eu vou te visitar e não vieram, já têm mais tempo e já não têm desculpas =P
Beijinhos e até daqui a pouco.

PS: Joana Nelhas e Ana Rodrigues, mulheres de palavra vieram e fizeram o meu mês de Janeiro muito feliz =D
A sua passagem pela Oz Land será colocada neste blog muito em breve

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um dia especial para alguém especial =)

Hoje é um dia especial, a Little J completa 17 anos.


Sim 17!!! Muitos de vós, e eu mesma, quase que a vimos nascer. Vimos dar os primeiros passos, as primeiras quedas, dizer as primeiras parvoíces, ler os primeiros, e últimos, livros =P, faltar às primeiras aulas às escondidas, as primeiras ondas ainda antes de ela ser esta grande surfista =P

Bem 17 anos davam para escrever aqui várias coisas. E hoje e é com tristeza (porque estamos velhos =P) e alegria (porque ela é um máximo) que a vemos fazer 17 anos.

A criança cresceu, para o ano já pode tirar a carta. E agora, já não lhe podemos dar ordens, não que alguma vez o tivéssemos feito, porque ela não deixa, sim eu sempre fui a irmã mais velha com menos poder neste mundo.

E este ano eu não estou por perto para comemorar o acontecimento como deve ser, dar-lhe o beijinho e o abracinho que ela merece, portanto a internet vai ser a nossa melhor amiga e intermediária, a internet e vocês todos que estão por Lisboa, a “já não criança” vai andar pela cidade portanto façam o favor de ser a irmã que ela não tem aí e paguem-lhe um copo =P ahh não, ainda é menor.

Parabéns Joana =)

Beijinhos da mana mais fixe do mundo e que te adora mesmo de longe eheh 
Agora vê só estes Parabéns interactivos que te enviei.


Diverte-te por aí que eu vou comemorar aqui por ti também ;)

PS:   Só por ti é que faria um filme assim, depois reparava nesta vozinha e ainda o punha na internet. 
PS2: Enviei para o telemóvel à meia noite Australiana, mas ou não recebeste ou ignoraste. E se foi a última este post vai ser eliminado amanha =P

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

2 steps back – Australia on the Road

A Primeira Road trip pela Austrália foi programa ao bom estilo Catarina, 
leia-se última hora.

Cheguei a casa num dos últimos dias da última semana de trabalho antes das férias de Natal e pensei – tenho 2 semanas de férias, é Verão, estou na Austrália, nem pensar que fico em Sydney sem fazer nada. Comentei este meu pensamento com a Nuria, uma das minhas room mates e nuestra hermana, ela concordou totalmente comigo, e disse que só tinha de trabalhar quinta (23 de Dezembro, dia que eu também tinha de voltar para almoço de Natal com a minha tia) e 3 segundos depois estava cada uma no sei computador a procurar voos para a Gold Coast. 30 minutos depois percebemos que isto da espontaneidade fica caro, e todos os  voos já estavam ao preço do pão em tempo de fome. Depois de uns minutos de desilusão eu trouxe a esperança de volta com – “ Nuria e se alugássemos uma van? Vamos Domingo de manha cedo e voltamos quinta-feira.”
Estávamos de volta às buscas, agora por uma van que tinha de ficar mais barata que os voos e a estadia ou não compensava. Vimos e ouvirmos muitos – “Muito em cima da hora” , “Estão esgotadas”, “Têm de alugar pelo menos 10 dias” -  mas passados 2 dias, encontrámos a Barry White (nome pelo qual é carinhosa chamada pelo seu dono, e agora percebemos porque, mas explico mais à frente) no Gumtree (o site que tem tudo). Feito o contacto, e depois de ver que não era aldrabice reservámos a van e estávamos prontas para 5 dias nas estradas Australianas.
Depois de toda esta busca a Nathi (uma amiga da Nuria e Cristiana) decidiu juntar-se a nós.  E após hesitações de é uma van para 2 e vamos 3, e se aparece a policia. Os prós fica mais barato e é mais uma pessoa a conduzir ganharam e lá fomos as 3.

A Viagem
Depois da festa de sexta e da festa de Sábado, Domingo às 8e30 estávamos a pegar na nossa mais recente aquisição automobilística e fizemo-nos à estrada.

A aventura começa então com o conduzir do lado direito e com tudo ao contrário, mas como dizia o nosso querido Fernando Pessoa, “Primeiro estranha-se depois entranha-se” e passados mais ou menos 30 minutos já era a rainha do asfalto do lado esquerdo da estrada. Claro que não sem antes procurar as mudanças várias vezes na porta, tentar por o pisca no lugar onde está o limpa pára-brisas, ir um bocadinho demais encostada ao passeio do lado esquerdo. E ainda meter a primeira em vez da 3a umas vezes, devido ao problema que o Barry tinha, mudanças descaídas para o lado direito, mas nada nos desmotivou, pelo contrario cada coisa que acontecia, pelo menos no primeiro dia era só motivo de gargalhadas.

2horas depois estávamos em Newcastle.
O dia não estava propriamente solarengo, o vento soprava com alguma vontade, e a praia era bonita mas não convidada ao mergulho. O que nos levou a aceitar imediatamente o convite dos amigos da Nuria que vivem na zona, conhecer o Pub local, onde todos os locais se dirigem para confraternizar. Conhecemos a área, a vida nocturna da mesma, dormimos a primeira noite na Van em frente a casa dos amigos, e no dia seguinte às 9h estávamos de volta à estrada, agora em direcção a Port Macquarie. 



Ao contrario de Newcastle, Port Macquarie tinha praias de sonho, e o tempo convidava para tudo, almoçámos em frente à praia e estreamos a nossa vida de campistas, com direito a cadeiras, mesa e sandes de atum (ingrediente principal de quase todas as nossas refeições).
Depois de explorarmos aquela zona da praia e o centro, fomos até uma das praias a não perder por ali – 1 Mile Beach – que como se percebe pelo nome tem praia até perder de vista. 
Andámos pela praia, demos o mergulho das 6h e decidimos ir mais cedo para  Byron Bay, de modo a aproveitarmos mais um dia.
Em Port Macquarie tivemos também a nossa primeira experiencia “Barry estás a ficar velho para estas andanças” e “as meninas também se safam com carros sem a ajuda de meninos”. 
O dono da Van tinha-nos dito para irmos verificando o óleo e a água do motor, e decidimos fazê-lo antes das 5h até Byron e ainda bem que o fizemos, porque o Sr. esqueceu-se de nos dizer que o Barry perdia óleo, e o nível estava bem abaixo do que devia. 
E aqui começaram as questões: “E agora onde arranjamos óleo?”, “Quanto é que pomos?”, “Como é que pomos?” ,“Que marca?”, surgem ainda pensamentos e comentários, “O meu pai ia ficar mesmo orgulhoso de me ver agora!”, depois o pânico “Porque que nunca vi o óleo no meu carro?”, “Porque que nunca fiquei ao lado do meu pai quando ele via o óleo do meu carro?”, “O que eu dava para ter o meu pai aqui”, “Está a ficar tão tarde...” e o desabafo final “Onde é que andam os homens quando precisamos deles?”. Depois disto lá apareceu um homem que nos disse que havia uma loja aberta, que podíamos por qualquer óleo e que se quiséssemos podíamos ir, no dia seguinte, a um mecânico que ele conhecia. Mas no dia seguinte já queríamos era estar em Byron, o problema tinha de ser resolvido nos 30min que se seguiam. 
Fomos então ao supermercado comprar o óleo e aí surge o problema como pomos isto. Aparece outro homem este diz-nos que não percebe nada de carros –  os comentários foram "tanto homem tinha que nos aparecer um que não percebe de carros "– resolvemos a situação virando um bocado de óleo no motor e limpando com toalhitas (Girl style) - ao fim disto, perdemos 2 horas de viagem, ficámos a tempo do pôr-do-sol, aprendemos a ver o óleo e a água e a repor os mesmos, portanto no final, o saldo é positivo.


 


Seguimos para Byron Bay, num longa e chata viagem, depois de km de estrada com apenas 2 faixas (chamam auto-estrada a isto por aqui), 2 cafés, umas 3 paragens, muitos camiões, estações de rádio manhosas, clássicos musicais e 5h de viagem por volta das 3 da manhã chegámos ao destino e estacionámos em frente à praia ao lado de outras tantas vans e dormimos para recupear energinas para o dia seguinte.

Por volta das 8e30 acordámos numa sauna, e assim que abrimos a porta pensámos ter uma miragem. A praia a 2 passos de distância era o sonho da viagem, e a primeira coisa que fizemos foi colocar os biquínis e correr para a água, que com os cerca de 28º que se faziam sentir às 9 da manha se adivinhava óptima.

Refrescámo-nos e decidimos ir até outras praias da zona, não menos apetecíveis que a primeira como podem ver pelas fotos. Mas não sem antes acontecer algo que se iria repetir durante toda a viagem e para o qual nunca arranjámos uma explicação.

Quando voltámos do mergulho abri a porta do lugar do motorista para abrir as outras portas, e ao que parece toquei no volante, mas é o normal quando se está no lugar no motorista. 
Mas para o Barry, uma van tão especial como a nossa, tudo o que se considera normal num carro não o é para ele, e no momento em que eu toquei no volante, a buzina começa a apitar, e ninguém a conseguia parar, isto às 9h da manha num parque de estacionamento cheio de outras vans. Claro que todos a nossa volta ficaram a olhar e a pensar que éramos loucas, passados 3 segundos e após verem o meu ar de pânico e mãos no ar perceberam que louco era o carro, e o olhar de estranheza passou a gargalhada geral. 
Uns rapazes que estavam no carro ao nosso lado já estavam a abrir a outra porta para me ajudarem quando o Barry se calou, mas estava aberta a porta para toda uma nova experiencia. Este acontecimento sem explicação repetiu-se várias vezes, e escolhia sempre os locais e horas mais apropriados. Acontecia quando fechávamos a porta com um pouco mais de força, quando íamos no meio da estrada e até aconteceu sem ninguém tocar no carro, quando uma vez estávamos a chegar e ouvimos uma buzina, olhamos todas umas para as outras e dissemos em uníssono  NÃOO, e sem dizer mais nada corremos para o carro, para tentar calar a buzina. ahah Percebemos então o porque do nome Barry White, pois tal como ele a nossa van tem uma voinesquecível. 

Após esta pequena aventura lá fomos para a praia, por ali ficámos o dia todo e tivemos a visita de uns golfinhos =) (isto de tubarões na Austrália é um mito, já vi mais golfinhos que qualquer outro animal neste mar). 



 

 


 





Depois deste dia agitadíssimo voltámos para a Van para nós começarmos a preparar para a noite, quando reparamos que toda a gente se estava a instalar à nossa volta, não percebemos o porque, achámos que estavam à espera do pôr-do-sol que devia ser magnifico naquele local ou coisa assim, mas após o por do sol, que foi realmente magnifico percebemos o verdadeiro motivo. Eclipse Lunar, Solstício de Verão =) e pensámos devemos ser as miúdas com mais sorte por esta zona, chegámos no dia ideal e estávamos no local ideal.

Ao fim de muitas fotos, conversas com os vizinhos, e da terra sair do meio do sol e da lua eu vejo um  enorme flash no horizonte e comento, acho que aquilo não faz parte do eclipse! E nisto, as luzes de toda a cidade apagam-se e o pânico instala-se, não porque está escuro, mas porque sem electricidade os bares não podem ficar abertos, e sem bares abertos não tínhamos para onde ir, e ir dormir às 11h da noite não era uma hipótese a contemplar, não na única noite que tínhamos em Byron Bay. Após planos B, C e D, alguém nos diz que o Cheeky Monkey’s, o bar onde queríamos ir, era do outro lado, e nesse lado havia luz. Nesse momento a luz voltou também aos nossos olhares e a noite estava salva.




 




No dia seguinte acordámos  com alguém a bater na porta, eram uns neo-zelandeses que conhecemos durante o eclipse se ofereceram para nos dar umas aulas de surf no dia seguinte, aceitámos mas com o aviso de que dependendo da noite poderíamos não acordar a tempo e com forças para nos fazermos ao mar. Eles aceitaram as nossas condições e combinámos que eles passariam lá de manha batiam à porta e se não nos mexêssemos iam embora, e se quando voltassem ainda estivesse tudo na mesma eles chamariam a ambulância pois devíamos estar derretidas lá dentro. Ouvimos o chamamento mas não tivemos forças para abrir a porta e perdemos uma aula de surf.

Após esta perda a nossa manha começou tal como a anterior, no mar, e fizemo-nos à estrada outra vez, agora para Nimbin, Amesterdão aqui de Sydney com a diferença que aqui não é legal, e aqui é tudo louco. No caminho vimos mais uma vez as belas paisagens australianas e a entrada em Nimbin foi triunfante, com a nossa buzina a chamar a atenção para nós novamente. Depois de fazer-mos toda a vila rir, estacionámos e quando íamos a sair do carro encontramos os rapazes que nos ajudaram com a buzina em Byron, que se voltaram a rir imenso quando perceberam que o que tinham acabado de ouvir tinha sido a nossa buzina novamente. E para eles nós somos as raparigas da buzina ahah


 
A visita a Ninbim foi rápida, visitámos o museu local, almoçámos comprámos uns biscoitos para a viagem e dirigimo-nos para Coffs Harbour, já com a intenção de só lá ficar umas horas, as suficientes para um mergulho, um banho, nos chuveiros da praia  =P e começar a viagem de regresso pois só nos restava uma noite. E foi isso que fizemos. 
 

 

 


Às 21h estávamos outra vez em Port Macquarie e percebemos mais uma vez como os restaurantes Australianos não se adaptam aos nossos horários, pois o único sitio que encontrámos para comer foi o Subway e mesmo nesse fomos despachadas.

No dia seguinte às 6 da manha acordámos debaixo de chuva e calor, e pensámos ainda bem, pois assim custa menos dizer adeus, e fizemo-nos à estrada de volta a Sydney. 
Apanhámos um belo transito, e percebemos que na véspera da véspera de Natal há transito no mundo inteiro, chegámos a Sydney por volta das 2h, entre deixar a Nathi na cidade e chegar a Manly, para entregar o Barry de volta ao seu dono, passou-se mais uma hora e meia, enganamo-nos no caminho 2 vezes porque o belo GPS, que nos salvou a vida durante toda a semana, decidiu ficar louco no meio da cidade, pusemos gasolina uma última vez, e a nossa buzina envergonhou-nos uma última vez, pois não poderíamos deixar Sydney sem dar um ar da nossa graça, e a buzina não nos podia deixar sem se despedir mais uma vez.

E assim terminou a grande semana antes do Natal na Austrália, e a primeira Road Trip por aqui.
O Barry apesar de todas aquelas aventuras que nos fez passar foi um óptimo companheiro de viagem e será lembrado para sempre.